Após quase 2 meses de silêncio, o blog volta à ativa. Primeiro Post de 2008. Tá certo, não tem muitas desculpas, mas sabe como é, a recessão da economia na virada do ano segura a produção da indústria que não tem nem o que retirar do povo que já gastou o que não tinha na festa de Ano-Novo, Natal, presente pra sogra, pro conjugue, pros filhos, pros tios, pro cachorro, pra cachorra da prima, pro cunhado, além do IPVA, IPTU, dívidas atrasadas, os gastos voluntários e principalmente os involuntários advindos do carnaval e sobrevivência de sua ressaca física e moral, não esquecendo de se atualizar com a previsão do aumento do salário mínimo que vem agora em março e isso nos leva a preocupação com o aumento dos preços do pó de café, da manteiga, do pãozinho francês da padaria do Simpático, com a cerveja do fim de semana, ou o vinho quem sabe, e é claro o milho de pipoca e guaraná (ração básica para sobrevivência nos fins de semana chuvosos), além das promover logo o cumprimento das promessas de fim de ano e ... bem, vocês entenderam né? Uma coisa leva a outra e por aí vai.
Mas, vamos chegar ao sentido do post, explicando quase que unicamente para nossa sempre presente visitante, mais presente que até mesmo alguns membros do blog. Alice, não sei se ainda tens o véu cor-de-rosa sobre os filmes, mas aqui estamos ( pelo menos eu, o Koala e o Marc) para afirmar de pé junto e com a câmera na mão a seguinte verdade:
O sentido do filme vem por último
Calma, contenham as lágrimas caros leitores, se é que posso colocar isso no plural ...
O que tenho a contar é o seguinte. Estava eu, em mais um dos meus momentos criativos sem o uso de drogas, a visão tenebrosa do ócio me assombrava, então fiz o que sempre faço. Arranjo um problema, se não encontrar um bom, eu crio. Assim criei, com a desculpa de fazer alguma coisa, reunir os amigos em torno de um objetivo, ter algo legal pra lembrar deste ano e ainda fazer algum exercício, a idéia de fazermos um filme.
Inicialmente queria fazer um filme básico pra garotos. Perseguição sufocante usando movimentos de Le Parkour, depois um encontro de dois lutadores, umas frases feitas estilo faroeste, uma briga estilo anime japonês e uma morte trágica e só. Não precisava de muito motivo da briga, poderia ser um roubo qualquer ou os dois se olharem e se estranharem, daí simplesmente querer matar um ao outro. O importante era a perseguição e a luta. Depois de conversar com os integrantes do filme, tudo mudou, o filme ganhou cérebro, percepção, noção de motivos, os personagens ficaram mais densos. Ganharam até nome :O !!!!
À medida que queríamos colocar uma coisa ou outra, percebíamos as falhas de roteiro, mas não podíamos mais retirar algumas cenas e passamos a criar motivos que davam suporte a tudo isso. E o mais incrível, esse suporte funcionou, ficou lógico. Dava impressão que a história tinha sido criada para propagar uma liturgia religiosa e um ensinar as pessoas a serem boas e quererem o bem de todos. Ficou bonito no final, bonito mesmo. Não produzimos ainda, mas vamos!
Foi então que percebi, todos esses filmes são uma mentira do caramba. Oras, se eu e um grupo de amigos, nos desvirtuamos do sentido real do filme, com um ou mais papos e querendo expor nossas vontades, o que poderemos supor de produções em que ser receber um cachê bem gordo para fazer um filme. Imaginem a conversa: "Um pouquinho para projetar este astro, outro pouquinho para colocar a música desse cara que está pagando bem, e não esquecer de dar um papel pro sobrinho do ator tal que disse que só grava se o sobrinho dele aparecer. Além de precisarmos falar mal daquele grupo, pois isso tá dando dinheiro, então retira os terroristas e coloca os albinos, eles têm um candidato à presidência e ligar a imagem deles a algo negativo."
Eu acredito que seja assim. Mas mesmo sendo assim, as grandes produções dão voz a muita coisa que queríamos ver. Se nós, um grupo de garotos, conseguimos colocar algo de bom, porque eles não? Mais uma coisa, espero que dessa vez o blog volte a posta regularmente, coopera aí gente !