quarta-feira, 24 de setembro de 2008

A fantastica arte da Hipocrisia ou Passeatas para a Paz: Vida e Morte

Me impressiono. Me impressiono com os protestos de uma nação que não nasceu para isso, não nasceu para protestar. Uma nação pobre, pobre de ideais, de idéias e, acima de tudo, de ação. Nação brasileira das outras mil, iluminada ao sol opaco do novo mundo, que deixa morrer suas crianças para só então sair às ruas, em tentativas vãs de reaver um tipo de paz que só haverá até a sepultura de seus filhos.
Me impressiono com a cara-de-pau dos que bradam tanto quanto seus pulmões permitem frases que seriam melhor ditas se assim não fossem e que põem a cara na televisão, juntam as mãos e fingem acreditar no futuro que pregam. Fingem acreditar em boas pessoas, em boas índoles, em soluções rápidas, quando, na verdade, só esperam sentados até que esta lhes caia em suas cabeças descrentes.
Me impressiona também a facilidade com que os gritos se esvaem, sem eco, ocos, perdidos em uma enxurrada de novidades políticas, humorísticas, tecnológicas. A velocidade que traz à tona um punhado de ideais (utópicos, não sob o ponto de vista da aplicabilidade, mas o da solidariedade) sobre a resolução dos mais diversos problemas, é a mesma que os leva embora. O povo esquece, e isso ele sabe fazer de uma forma que já não me impressiona mais.

* * *

Observação importante: a regra culta NÃO me permite iniciar um parágrafo com o pronome átono "me" (e nenhum outro), mas a licensa poética e a minha cara a tapa resolvem o problema da burocracia.

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Wile E. Coyote


Esse desenho é demais. É simples, com várias piadas recorrentes, e, o mais interessante para mim, é que a maioria das pessoas é solidária ao Coiote!
Quem nunca riu vendo o coiote tentar abocanhar um pedaço suculento do galo-corredor, que detone a primeira banana de dinamite.
Hoje (uns dias atrás) eu não fui trabalhar - fiquei doente - e passei a manhã na cama vendo desenho. Passou um episódio em que o Coiote tenta comer o Pernalonga. No início, Wile C. se apresenta ao Perna, dizendo-se um gênio, e que iria comer o coelho. Pedia que se entregasse logo para poupar-lhe tempo heheheh
Foi aí que eu percebi que o Coyote é um engenheiro! huahauha Ele inventa várias manobras, equipamentos, estratégias, para conseguir sua comida. Vocês podem falar que os planos dele nunca dão certo, mas os inventos dele sempre funcionam.
Fiquei imaginando se o autor do desenho não quis fazer uma crítica à sociedade americana. Será que ele queria atacar as grandes empresas de engenharia que comiam os pobres trabalhadores, dominando tudo com sua tecnologia? É, eu posso estar roubando um pouco das idéias do teórico conspiracionista Hovo, mas pode ser, não é?

E o fato do Coiote ser tão simpático? Que sentimento é esse que nos faz sentir pena de uma pessoa má?
Bem, eu não penso que o Coiote seja um cara mau. Ele está tentado se alimentar. Coisa comum na natureza... Além do mais, em alguns casos, acho que os autores abusam um pouco da malandragem e forçam a barra para salvar o Papa-léguas.
Eu continuo gostando do desenho - e acabei de lembrar de mais um de seus méritos: não possui diálogos! -. Comecei a gostar mais ainda depois que eu reparei que o Coiote é um engenheiro nato! haahuaah
Essa é pra você Nadson! Comenta aí pow!

P.S.: Essa pérola de poema eu tenho que compartilhar com vocês. Apenas uma estrofe:

Cedo ou tarde
A gente vai se encontrar,
Tenho certeza, numa bem melhor.
Sei que quando canto você pode me escutar.

Letra popular de banda de música sofredora (ou seria banda sofredora de música? ou ainda banda de música sofrível?)

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Pensamento

Toda e qualquer discussão invalida seu propósito quando, e somente quando, perde seu foco e passa a ser um embate inútil de ideais imutáveis.