Às vezes me pergunto pra que serve a ciência. Pra que desenvolver a tecnologia?
Fico pensando se os nossos antepassados viviam mais felizes que nós. Concordo que a tecnologia nos trouxe várias facilidades. Mas as dificuldades vieram a bordo desse mesmo barco. Quem não concorda com isso?
A minha questão se baseia no saldo desses dois pólos: facilidade/dificuldade. Algumas filosofias antigas (modernas) dizem que no universo tudo é dual; tudo tem seu gêmeo oposto, do outro lado da linha. O que nos cabe é perceber a que ponto do centro da linha vemos cada conceito. Concordo com isso; é a balança da vida.
Eu sou a favor da pesquisa, experiência, estudo dos fatos que nos cercam. Mas daí a deixar todo o resto para se focar somente nesse aspecto da existência parece algo incompleto.
Será que há um Deus? Algum ser superior criador de tudo o que vemos? Não entrarei no mérito dessa questão; não tenho muita paciência para discutir esse assunto e, com certeza, não tenho conhecimento espiritual/filosófico/experimental para formular uma resposta inteligente. Do mesmo modo que ocorre com a ciência física, acontece com a ciência “espiritual”. Um Deus nos traz facilidades e dificuldades. De novo, pomos esses conceitos na linha e verificamos sua distância ao centro.
Dito isso, o que eu me pergunto, finalmente, é: Até que ponto devemos pensar nesses assuntos? Quanto de entendimento do Universo e quanto de entendimento sobre um “Deus” devemos ter?
Pra mim tudo seria mais fácil se parássemos agora. Pra que saber se a matéria é indivisível? Pra que saber se existe vida após a morte?
Eu já estou feliz com o que eu posso fazer. Posso fazer o que eu quiser. Claro, há limitações. Mas já não é o suficiente o que eu posso fazer com a tecnologia e com a espiritualidade que eu tenho?
Aqui vale a pena pôr mais um conceito de filosofias modernas (antigas). Todas as coisas estão interligadas; tudo causa um efeito. No espiritual, é o karma. Na física, a ação e reação. Faça o que quiser agora. Espere acontecer com você amanhã.
Sou a favor de vivermos a vida de maneira mais simples. Funcionava antes de nós, de outro modo não estaríamos aqui.
No fim das contas, uma pergunta tem resposta: “Ninguém se importa”.
“Não me siga, posso estar perdido”. Frase de caminhoneiro...
sábado, 22 de setembro de 2007
A chama da vela está acesa ou é o pavio que está apagado?
Postado por Diego Koala às 23:10 7 reflexões
Tópicos sociologia, tecnologia
domingo, 16 de setembro de 2007
Minhas impressões sobre o Livro "A máquina do Tempo" – de H.G. Wells
Neste livro ele conta a história do explorador do tempo, sem um nome definido que constrói uma máquina do tempo e viaja para o futuro e depois retorna ao tempo atual e conta sua história a seus amigos.
O explorador acredita que encontraria seres de ciência, arte e quaisquer outras áreas de conhecimentos evoluidíssimas, mas sofre uma profunda irritação ao tentar entender o futuro. A todo o momento o explorador tenta entender a lógica sócio-econômica do novo mundo, fica criando teorias diversas a todo o momento no livro, a cada novidade ele se encontra errado na idéia anterior e formula uma nova visão sobre a atual realidade. Com o tempo cria explicações para o que ele percebe com base nas suas deduções de seu tempo.
Isso é uma forma de se pensar num grande problema que temos na vida. Após uma noite de sono os problemas ficam mais fáceis de serem resolvidos.
Acredite na que quiser, é tão incrível o quanto nossa percepeção do universno mudo se pensarmos nas duas possibilidades do futuro do explorador. Boa Sorte.
Postado por HOVO às 21:52 3 reflexões
Tópicos Livros, sociologia
sábado, 8 de setembro de 2007
Contos Malditos
(inspirado em “Diga não às Drogas – Luis Fernando Veríssimo”.)
OBS: (Antes, instruo que conheçam a fonte de inspiração para que percebam a intenção do texto. A história é real).
Escrevo-lhes mais um texto pessoal. Um conto maldito do qual fui protagonista, vítima e ainda guardo seqüelas. Tudo começou como na maioria dos traumas, na infância.
Tinha eu a liberdade permitida aos meninos de 5 anos. Andar de bermuda, muito mal de cueca, para todos os lados. Ir para a casa dos outros sem preocupar-me com as horas, o clima, a fome ou quaisquer preocupações.
Mas tudo isso foi mudando. Fui presenteado com um relógio, extremamente grande e chamativo para minha minguada estrutura física. Tinha então o controle do tempo, ou melhor, a responsabilidade do tempo. Daí então não mais tirei o relógio do pulso, nem pra tomar banho, pois não podia perder a cronometragem dos minutos expendidos. Tinha a preocupação da hora pra ir deitar, a hora em que acordava a hora do almoço, do desenho (essa eu já tinha), a hora disso, a hora daquilo etc. Mas as coisas foram se complicando quando recebi de presente uma carteira. Aquele objeto com tantas alocações precisava ser preenchido, e eu só tinha a carteirinha da escola. Eu comecei a sentir a necessidade de dar uso aquele presente.
Passei a guardar papéis com recortes de desenhos, figurinhas de álbuns de coleção, chicletes, lápis, borracha... Não percebi, mas estava me viciando. Daí a coisa foi ficando maior. Eu não sabia mais como a minha vida podia existir sem esses utensílios. Passei a andar pra todo lado de mochila. Visitar um amigo fazia minha mãe pensar que eu tramava fugir de casa. Eu precisava levar a carteira de identidade (podia sofrer um acidente), chicletes, biscoito (se ficasse na rua e sentisse fome?), água, guarda-chuva (e se chovesse?), roupas de frio (podia esfriar), bloquinho de papel, lápis, borracha (se eu sentisse inspiração e não escrevesse? Perderia!), uns livros (pra me entreter), celular, cartão de telefone, chinelo ou tênis, óculos escuros, touca, desodorante... eu já tinha dificuldade de sair sem estar preparado pra tudo. Percebi isso quando tinha dor nas costas por causa do peso da mochila e quanto à mochila passou a ter o meu cheiro. Era quase um simbionte, passava a fazer parte de mim e eu não conseguia ficar sem ela, pois me sentia despreparado para o mundo.
Percebi que estava complicando a minha vida, imaginava que necessitaria de um carro para poder passear sem me preocupar e que ao invés de uma casa, compraria um trailer, sim, um trailer com um compartimento de despensa gigantesco que pudesse guardar meio mundo. Nessa época adorei o desenho do gato Félix, pois ele possuía uma bolsa sem fundo que era meu desejo secreto. Eu sentia desejo de ter uma pochete, me sentiria o Batman...
Com o incentivo de minha dor nas costas e projeção de meu futuro passei a passear de chinelo, bermuda e camiseta. Em casos drásticos me arriscava até a cidade mais próxima apenas com o celular e o dinheiro da passagem. Foi um período difícil, mas consegui superar o pior da crise. Hoje em dia, saio com um boné, um mp3, dinheiro e chaves de casa. Às vezes me pego trazendo outra blusa na mão um cartão de crédito para comprar “algo que venha a precisar”. Quando passeio de carro realmente relaxo ao ponto de levar alguns objetos indispensáveis como casaco, roupas, desodorante, biscoitos, água... mas pelo menos não me trazem tanto desconforto.
Se você está nessa situação, calma tenha perseverança de que você irá superar. Passe a comprar o pão na esquina sem levar todos os documentos, tente passear sem levar sempre uma máquina fotográfica, apenas o necessário, o extraordinário é demais.
Perseverança, eu sei que você consegue se superar.
Informação: Isso é um sintoma de DOC, Distúrbio Obsessivo Compulsivo, carregar um monte de coisas que não são necessariamente necessárias. (sim, quis escrever assim).
Postado por HOVO às 21:42 4 reflexões
Tópicos Crônicas