quinta-feira, 26 de junho de 2008

Irreversível

Sessão cinema em casa/PC essa semana. Esse filme já estava na minha lista a algum tempo. Depois que eu "arranjei" ele pra ver, ainda o deixei um tempo de lado, até que finalmente me sentei na cadeira e botei pra rodar.

Não lembro o último filme que eu vi que fosse tão pesado (Sabe 8mm, Nicolas Cage? Fraco...).

No começo, breve introdução, um diálogo entre dois homens nojentos. Depois, os primeiros momentos da história: a câmera rodava tanto e o teor das cenas era tão sinistro que eu já estava passando mal. Tudo bem que eu já estava com um pouco de dor de cabeça antes de começar a ver, mas aquilo tudo me fez piorar. Nada nessa cena é de graça.

Era uma cena escura, um homem descendo os andares de um clube gay de terceira categoria, atrás de um homem chamado "Tapeworm"(Lombriga). O nome do clube era "Rectum".

Depois dessa cena, contínua, de câmera girando, depois de uns 10~15 minutos, finalmente o filme termina, com um tiro na nossa cabeça. Depois do choque, percebemos que o filme é contado em ordem cronológica invertida, começando pelas cenas finais. E assim vai, cada cena adiante explicando a cena anterior, até o final do filme.

O que eu achei mais interessante no filme é que ele começa te esmagando psicologicamente e vai abrandando, cenas cada vez mais lentas. No meio do filme, mais uma porrada, em uma cena de 10 minutos sem cortes. Depois, o filme chega a ser bonito.

O filme traz o real e joga na nossa cara. Flerta com a irreversibilidade das nossas ações, do acaso.

Na cena final, a maravilhosa Monica Bellucci está deitada num parque lendo um livro. O clima ameno, dia de sol, crianças correndo, 7ª Sinfonia de Beethoven. Isso tudo faz você esquecer o que aconteceu no começo do filme, ou o que acontece no final daquele dia.

Gostei desse filme, pra mim é um filme que traz esperança. Você nunca sabe o que pode acontecer; o futuro pode apenas ser aguardado. O momento atual deve ser vivido plenamente. Apesar disso, a linha final do filme é “O tempo destrói tudo”. Cada um interprete do seu modo...

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Casos de Sala de Aula

Eu havia decidido, prometi e respeitei minha promessa.
Mas é como diz o velho ditado: "Vivendo e aprendendo e quebrando promessas."

Não consigo resistir à minha veia pseudo-cronista de fatos que me acontecem. Conto-lhes agora do caso da quase cola pegado pelo professor, só que o aluno a ser reprovado por cola, foi o único que não colou na prova.

Lá estava eu, saindo apressado do banheiro, com o pensamento fixo : "Não posso me atrasar, não posso me atrasar, não posso me atrasar ..."
Aquela seria última prova de uma série de 7, já estava cansado de tanto texto para ler. Confundia os termos de uma matéria, com os números de outras, com os artigos de uma terceira que invariavelmente me fazia esquecer a primeira.

Será que nos estudos de Pedagogia/Psicologia alguém descobriu (ou pensou errado) que a seqüência de avaliações e testes e trabalhos fazem um estresse mental nos estudantes de tal forma que eles aprendem???? Será que é por isso que fazem com que soframos este período?
Não, deve ser só burocracia para facilitar a burocracia de ensino mesmo. Uma entropia que se ajuda, brilhante!

Ao chegar à sala, avistei meus companheiros de estudo, que poderiam me auxiliar ilicitamente durante a prova, porém antes mesmo de dar 2 passos, o professor aponto para mim e depois para uma cadeira, na frente da sala. Logo a primeira, onde num raio de um metro e meio, não havia ninguém sentado. Pensei em discordar de tal pedido caloroso e risonho (ele sorriu um sorriso muito falso, do tipo que podia ler meu pensamento enquanto o xingava), mas pensei que se recusasse, iria me encontrar em maiores problemas. Aceitei com um sorriso !

Era uma prova que continha números, cálculos, variações, projeções, enfim, tudo que precisava de uma calculadora. Ao pegar a minha percebi que as baterias haviam saído dela e ...




bem parou por aí mesmo, pois foi essa a minha reação ao perceber que eu só tinha a calculadora e não as baterias. O vazio no ar .... e eu já vendo as minhas notas se transformando num único símbolo circular . Com cara-de-pau encarei a prova, com lápis na mão e muita borracha gasta no chão.

Foi quase um momento iluminado quando o professor chegou perto de mim e eu, ao perguntar se poderia pedir uma calculadora emprestada ao meu colega, ele me emprestou a dele mesmo .... mas a iluminação desse momento sublime passou quando eu percebi que ele fez isso para que eu não pudesse ter a chance de colar através da calculadora. Espertinho ...

Com o desenrolar da prova, vi que minha nota se aproximaria do símbolo circular de qualquer maneira. Apenas aos 40 minutos finais, percebi uma chance e fiz as questões à velocidade de um raio, desejando me ver livre dela tão quanto antes.

Foi nesse momento, nesse exato momento, que uma cidadã sai de sua carteira e vai até o professor entregar a prova, e deixa cair o papelzinho da cola, BEM DO MEU LADO!!!! O mais incrível, é que eu estava à esquerda do professor a 1,5 m e essa cidadã deixou a cola cair à minha direita, longe o bastante para que eu pudesse pegar, mesmo com o pé, mas perto o bastante para que incriminasse a mim. Afinal, quem estava perto da cola ???

O que me surpreendeu, foi a cara dela, que olhou pra cola no chão, olhou pra mim, ... olhou pra porta e saiu.

Ainda me olhou pela porta com aquela cara de “... é ... se deu mal”

Estava eu, uma cola que me incriminaria um professor lerdo corrigindo as provas que não viu a cola e um zero na certa; Pela prova ou pela cola. Foi nesse momento, que respirei fundo, olhei pra prova e pensei:

"FUDEU !"

Mas, por um milagre do destino, uma outra menina foi entregar a prova, rezei para que ela percebe-se a mensagem que eu transmitia por telepatia ou inconsciente coletivo, ela que escolha a operadora, mas que perceba a cola e tira-sE DE LÁ !

Após ela entregar, eu fiz presença de corpo para impedir a visão do professor e entreguei cada uma das folhas, pausadamente, olhando para as respostas. Ele estranhou o meu apego à prova, mas nada falou. Entreguei-lhe a calculadora, e quando me virei, esperando pelo pior, FUNCIONOU !

A menina entendeu minha comunicação metal e retirou a cola do chão. Ao encontrar com ela do lado de fora, após rir de mim por ter deixado a cola cair, expliquei a situação ocorrida. Rimos, eu principalmente! Saí de um zero pela cola para um zero pela prova, mas tudo bem, o ruim é a situação de cola.

Hoje, após esse fato, treino minha mente para incitar mulheres a me darem seus telefones, ao cachorro para pegar o jornal e meus amigos para me emprestarem dinheiro.

É incrível o poder que temos nas horas de necessidade.

domingo, 8 de junho de 2008

Política para todos

Eu estava um dia desses sem nada pra fazer, vendo TV, e resolvi parar pra ver a TV Senado. Na ocasião estava sendo discutida a posição do Tribunal de Contas (TC). Um dos envolvidos começou a citar alguns artigos da Constituição. Num dado momento ele falou numa função "judicante" do TC.

Eu parei um momento e fui buscar o significado dessa palavra - judicante. Demorou a me ocorrer que se tratava da função "de julgar". Óbvio, vocês dizem. Concordo. Além dessa palavra, ainda tive que queimar neurônios para acompanhar a idéia contida nos artigos da Constituição citados. Não é fácil.

Nesse post eu quero salientar a dificuldade de se entender o mundo político.

Eu possuo um pouco conhecimento e algum interesse sobre a vida política do nosso país; procuro saber um mínimo do que acontece na esfera governamental.

Mesmo assim, praticamente não entendi nada do que estava sendo discutido naquela sessão.

Acho positiva a idéia dessa TV Senado e TV Câmara. O primeiro problema que eu vejo é que, pelo menos na minha cidade, o canal só é transmitido pela parabólica. Quantas pessoas tem possibilidade de adquirir esse produto?

Essa iniciativa de publicidade perde ainda mais força no momento em que a maioria da população não tem a educação necessária para acompanhar a discussão política.

Eu, que tenho interesse e me esforço para aprender, possuo uma boa base cultural e educacional, não entendo quase nada do que é discutido pelos políticos. Num país com a nossa estrutura educacional é quase inútil transmitirem as sessões das Casas Legislativas na televisão.

Essa situação poderia ser atenuada se os Poderes se esforçassem para disponibilizar seus atos de forma mais clara e acessível para nós, simples cidadãos. A democracia agradeceria.

Thomas Wlassak, nesse artigo, explica bem o princípio de publicidade, com base na Constituição Federal. Vale a pena ler.