quinta-feira, 19 de junho de 2008

Casos de Sala de Aula

Eu havia decidido, prometi e respeitei minha promessa.
Mas é como diz o velho ditado: "Vivendo e aprendendo e quebrando promessas."

Não consigo resistir à minha veia pseudo-cronista de fatos que me acontecem. Conto-lhes agora do caso da quase cola pegado pelo professor, só que o aluno a ser reprovado por cola, foi o único que não colou na prova.

Lá estava eu, saindo apressado do banheiro, com o pensamento fixo : "Não posso me atrasar, não posso me atrasar, não posso me atrasar ..."
Aquela seria última prova de uma série de 7, já estava cansado de tanto texto para ler. Confundia os termos de uma matéria, com os números de outras, com os artigos de uma terceira que invariavelmente me fazia esquecer a primeira.

Será que nos estudos de Pedagogia/Psicologia alguém descobriu (ou pensou errado) que a seqüência de avaliações e testes e trabalhos fazem um estresse mental nos estudantes de tal forma que eles aprendem???? Será que é por isso que fazem com que soframos este período?
Não, deve ser só burocracia para facilitar a burocracia de ensino mesmo. Uma entropia que se ajuda, brilhante!

Ao chegar à sala, avistei meus companheiros de estudo, que poderiam me auxiliar ilicitamente durante a prova, porém antes mesmo de dar 2 passos, o professor aponto para mim e depois para uma cadeira, na frente da sala. Logo a primeira, onde num raio de um metro e meio, não havia ninguém sentado. Pensei em discordar de tal pedido caloroso e risonho (ele sorriu um sorriso muito falso, do tipo que podia ler meu pensamento enquanto o xingava), mas pensei que se recusasse, iria me encontrar em maiores problemas. Aceitei com um sorriso !

Era uma prova que continha números, cálculos, variações, projeções, enfim, tudo que precisava de uma calculadora. Ao pegar a minha percebi que as baterias haviam saído dela e ...




bem parou por aí mesmo, pois foi essa a minha reação ao perceber que eu só tinha a calculadora e não as baterias. O vazio no ar .... e eu já vendo as minhas notas se transformando num único símbolo circular . Com cara-de-pau encarei a prova, com lápis na mão e muita borracha gasta no chão.

Foi quase um momento iluminado quando o professor chegou perto de mim e eu, ao perguntar se poderia pedir uma calculadora emprestada ao meu colega, ele me emprestou a dele mesmo .... mas a iluminação desse momento sublime passou quando eu percebi que ele fez isso para que eu não pudesse ter a chance de colar através da calculadora. Espertinho ...

Com o desenrolar da prova, vi que minha nota se aproximaria do símbolo circular de qualquer maneira. Apenas aos 40 minutos finais, percebi uma chance e fiz as questões à velocidade de um raio, desejando me ver livre dela tão quanto antes.

Foi nesse momento, nesse exato momento, que uma cidadã sai de sua carteira e vai até o professor entregar a prova, e deixa cair o papelzinho da cola, BEM DO MEU LADO!!!! O mais incrível, é que eu estava à esquerda do professor a 1,5 m e essa cidadã deixou a cola cair à minha direita, longe o bastante para que eu pudesse pegar, mesmo com o pé, mas perto o bastante para que incriminasse a mim. Afinal, quem estava perto da cola ???

O que me surpreendeu, foi a cara dela, que olhou pra cola no chão, olhou pra mim, ... olhou pra porta e saiu.

Ainda me olhou pela porta com aquela cara de “... é ... se deu mal”

Estava eu, uma cola que me incriminaria um professor lerdo corrigindo as provas que não viu a cola e um zero na certa; Pela prova ou pela cola. Foi nesse momento, que respirei fundo, olhei pra prova e pensei:

"FUDEU !"

Mas, por um milagre do destino, uma outra menina foi entregar a prova, rezei para que ela percebe-se a mensagem que eu transmitia por telepatia ou inconsciente coletivo, ela que escolha a operadora, mas que perceba a cola e tira-sE DE LÁ !

Após ela entregar, eu fiz presença de corpo para impedir a visão do professor e entreguei cada uma das folhas, pausadamente, olhando para as respostas. Ele estranhou o meu apego à prova, mas nada falou. Entreguei-lhe a calculadora, e quando me virei, esperando pelo pior, FUNCIONOU !

A menina entendeu minha comunicação metal e retirou a cola do chão. Ao encontrar com ela do lado de fora, após rir de mim por ter deixado a cola cair, expliquei a situação ocorrida. Rimos, eu principalmente! Saí de um zero pela cola para um zero pela prova, mas tudo bem, o ruim é a situação de cola.

Hoje, após esse fato, treino minha mente para incitar mulheres a me darem seus telefones, ao cachorro para pegar o jornal e meus amigos para me emprestarem dinheiro.

É incrível o poder que temos nas horas de necessidade.

4 comentários:

Diego Koala disse...

Ótimo cara, há tempos não me divertia com um texto seu heheheh
Vamos aos pontos:

Textos pra ler? E eu que não aguento mais fazer contas?
Auxílio ilicito: cola descarada! que coisa feia! não ouçam ele crianças, colar não faz bem.
Prova na primeira fila, em frente ao professor? huahauuah Imaginei direitinho a tua cara tendo que acatar alegremente à sugestão dele.
Calculadora sem bateria. Pesadelo constante de estudante de exatas.
Zero redondo e em forma circular(pleonasmo? heheh). Depois de muito tempo na faculdade me deparei com um desses. É dolorido rapaz. Vai se preparando.
Menina filha da p***! Nem pra dar aquela arrastada com o pé né?
Fudeu? FUDEU!!! huahauahauah
Agora o ápice do texto: huaahuaahauh : O anjo que foi entregar essa prova antes de você. "(...)rezei para que ela percebesse a mensagem que eu transmitia por telepatia ou inconsciente coletivo, ela que escolha a operadora, mas que perceba a cola e tira-sE DE LÁ !" huahauaauh
É cara, é sempre bom nessas horas ter uma mente aguçada e ter cursado aquela optativa "Telepatia às vezes funciona".
Muito bom cara. Acho que você está se saindo bem como um pseudo-cronista hehehehe
Abraço!

Anônimo disse...

Adorei o texto...
Esse tipo de texto é sempre bom para sabermos que não é só com agente que acontecem essas coisas...

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

Realmente não é só com nós.Passei por evento semelhante. Entreguei pelo cantinho um papel para o colega da frente escrito: "me passe qualquer uma!"
Ao devolver o colega passa o papel pelo lado do corredor, bate a mão na carteira e o joga-o no meio da sala.O professor de taxonomia de fanerógamas fingiu que não percebeu a aparição de um papel no meio da sala e passou várias vezes por cima dele, sem pisar! Meu coração parou por alguns segundos e meu unico pensamento era negar até a morte. Minha telepatia não funcionou e muitos passaram por cima desse papel. Fui entregar a prova meu colega foi logo atrás de mim, aí ele percebeu que deveria distrair o prof. e num passa de mágica o papel sumiu. Abaixei e leventei tão rápido que nem eu acreditei. E da mesma forma que o papel apareceu ele sumiu para o professor. Sai da sala gelada dizendo que nunca mais colava, mas só durou até a prova de bioestatística onde trocamos as folhas.....