Eu estava um dia desses sem nada pra fazer, vendo TV, e resolvi parar pra ver a TV Senado. Na ocasião estava sendo discutida a posição do Tribunal de Contas (TC). Um dos envolvidos começou a citar alguns artigos da Constituição. Num dado momento ele falou numa função "judicante" do TC.
Eu parei um momento e fui buscar o significado dessa palavra - judicante. Demorou a me ocorrer que se tratava da função "de julgar". Óbvio, vocês dizem. Concordo. Além dessa palavra, ainda tive que queimar neurônios para acompanhar a idéia contida nos artigos da Constituição citados. Não é fácil.
Nesse post eu quero salientar a dificuldade de se entender o mundo político.
Eu possuo um pouco conhecimento e algum interesse sobre a vida política do nosso país; procuro saber um mínimo do que acontece na esfera governamental.
Mesmo assim, praticamente não entendi nada do que estava sendo discutido naquela sessão.
Acho positiva a idéia dessa TV Senado e TV Câmara. O primeiro problema que eu vejo é que, pelo menos na minha cidade, o canal só é transmitido pela parabólica. Quantas pessoas tem possibilidade de adquirir esse produto?
Essa iniciativa de publicidade perde ainda mais força no momento em que a maioria da população não tem a educação necessária para acompanhar a discussão política.
Eu, que tenho interesse e me esforço para aprender, possuo uma boa base cultural e educacional, não entendo quase nada do que é discutido pelos políticos. Num país com a nossa estrutura educacional é quase inútil transmitirem as sessões das Casas Legislativas na televisão.
Essa situação poderia ser atenuada se os Poderes se esforçassem para disponibilizar seus atos de forma mais clara e acessível para nós, simples cidadãos. A democracia agradeceria.
Thomas Wlassak, nesse artigo, explica bem o princípio de publicidade, com base na Constituição Federal. Vale a pena ler.
Um comentário:
É uma coisa difícil mesmo meu caro.
Acho que a preocupação dos políticos em fazerem a TV senado talvez tenha sido por causa de pressões externas e não vontade deles de informarem. Teoria da Conspiração minha.
Mas além disso, devemos ter em mente que não existe ainda uma longa prática da TV senado na publicidade. Pode-se até contratar grandes marketeiros e publicitários preocupados em informar de maneira correta, mas a identidade senado ainda está em formação e sua abordagem com os cidadãos é feita com muita cautela. Se os jornais já apresentam um reflexo das CPIs, inquéritos e tudo de mais de ruim, é vantajoso para o senado se apresentar de maneira distante e complexa. Temos a tendência a não querer ver esse tipo de programa pois dá muita dor de cabeça entender. Então temos uma TV que fala uma linguagem culta demais, poucas pessoas assistirão e menos ainda entenderão. Mas de qualquer maneira, não se pode para baixar a linguagem deles, eles estão num meio onde a palavra pode ser deturpada se mal formulada. A publicidade tem de ser na conscientização da população de como é "cool", "up", legal enfim de se saber o que se passa no governo.
É, a situação tá difícil.
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