Neste livro ele conta a história do explorador do tempo, sem um nome definido que constrói uma máquina do tempo e viaja para o futuro e depois retorna ao tempo atual e conta sua história a seus amigos.
O futuro atingido involuntariamente pelo explorador é o ano de 802.701.
O explorador acredita que encontraria seres de ciência, arte e quaisquer outras áreas de conhecimentos evoluidíssimas, mas sofre uma profunda irritação ao tentar entender o futuro. A todo o momento o explorador tenta entender a lógica sócio-econômica do novo mundo, fica criando teorias diversas a todo o momento no livro, a cada novidade ele se encontra errado na idéia anterior e formula uma nova visão sobre a atual realidade. Com o tempo cria explicações para o que ele percebe com base nas suas deduções de seu tempo.
Ele encontra logo na superfície seres de constituição física frágil, bastante graciosos com a pele rosada, inteligência infantil e que apenas brincam o dia inteiro como crianças de coração puro. Os chama de Elóis. Saltam de um lado pro outro e ficam dando flores uns pros outros. O explorador percebe sua pouca inteligência e infantilidade ao tentar conversar e perceber que sua linguagem é bastante simples e direta, representando sua pouca complexidade de difusão de idéias; Sua fala bastante suave como uma criança que não possui rancor na vida.
Logo o explorador percebe que com a evolução dos conhecimentos, limpou-se o mundo dos insetos nocivos, das plantas venenosas e de quaisquer outros tipos de animais que não fossem pequenas aves. Não encontrou enfermos ou idosos e teorizou de que a ciência fez com que a natureza se adaptasse ao ser humano, ao passo que as conquistas sociais venceram o perigo do homem pelo homem. Nesse ponto o escritor analisa o bem e o mal na natureza, como o mal podendo ser limpo da mesma; Analisa as brigas sociais como uma necessidade de ajuste das diferenças sociais e a violência decorrente desta, e não algo da sociedade, mas sim do egoísmo e particularização no social. Encontra os Elóis em grandes edifícios, vivendo em conjuntos, sem a noção da instituição de família ou propriedade particular, pois não existia violência entre os humanos. O social era vencedor sobre o particular, no qual cada um deve se defender como pode do bicho homem, por isso os grupos são menores, para que se possa controlar cada um mais diretamente.
Fora do contexto social, tenho de comentar uma parte no livro em que o explorador após perder a máquina passa uma noite a praguejar contra Deus e o mundo, quase agredindo os Elóis por sua pouca inteligência e depois de chorar e dormir acorda melhor, pensando mais facilmente.
Isso é uma forma de se pensar num grande problema que temos na vida. Após uma noite de sono os problemas ficam mais fáceis de serem resolvidos.
Mas voltando ao livro, o explorador descobre a existência dos Morloques, seres modificados fisicamente para se adaptar a vida subterrânea. Possuem cor branca, pele como a de vermes e grandes olhos para captar luz na mais completa escuridão, na mesma lógica de evolução de animais que vivem em completa escuridão. Ele cria a teoria de que os trabalhadores passaram a trabalhar debaixo da terra ao passo que os ricos ficaram na superfície, pois em Londres, onde a história se inicia, grande parte dos locais estava vetada para a parte pobre da população e alguns trabalhos penosos eram feitos no subterrâneo; Inclusive o transporte subterrâneo que era usado pelos trabalhadores enquanto que o da superfície para os ricos. Daí o escritor cria um aumento dessa lógica ao longo dos anos, até o passo em que se dividem em duas castas sociais, os ricos preocupados com seu conforto e os trabalhadores pobres aceitando seus trabalhos pela certeza de ter o que comer. Dessa maneira a aristocracia controlaria os trabalhadores, criando trabalhos subterrâneos para mantê-los longe ao passo que estes aceitavam para não passar fome.
Com a tecnologia avançadíssima, esta se auto-supria, e a inteligência deixou de ser estimulada e assim, até chegar o ano de 802.701 a aristocracia foi se tornando os infantis Elóis e os trabalhadores os Morloques, que ainda detinham uma noção de pensar, pois existiam máquinas de ventilação subterrânea. Com supostas dificuldades de alimentação no subterrâneo estes passaram ao canibalismo com os Elóis, que sendo crianças, viviam sem se preocupar com nada com exceção da noite, na qual os Morloques subiam à superfície para se alimentar.
Os Elóis não tinham nenhum tipo de trabalho ou ocupação, apenas à preocupação da noite. Num dado momento, uma Elói quase se afoga e nenhum de seus semelhantes à ajuda, dessa maneira suponho que a evolução humana se dá não numa sociabilização, mas numa naturalização das coisas. A morte de um Elói se torna não desejosa, mas vantajosa para os outros, pois o morto será a alimentação para os Morloques e permitirão aos outros viverem mais, já que são os Morloques que fazem o controle populacional dos Elóis, por isso não são encontrados idosos que são mais fáceis de serem apanhados. Assim os Elóis são gado de engorda, que pastam tranqüilos até um dia serem abatidos.
O explorador do tempo salva a Elói, chamada Uína, que quase se afogou e esta cria um laço afetivo com ele, no decorrer do livro ela desaparece da vista do explorador e este termina sofrendo muito por se sentir responsável pela provável morte dela. No fim do livro, o explorador retoma a máquina e desaparece mais uma vez. O narrador então comenta que o explorador sumiu já faz 3 anos, provavelmente, voltou para o futuro para viver junto de Uína, ou quem sabe morreu em uma de suas aventuras. Assim termina o livro, com um mistério da morte do explorador, ou da felicidade do amor encontrada para todo sempre.
Acredite na que quiser, é tão incrível o quanto nossa percepeção do universno mudo se pensarmos nas duas possibilidades do futuro do explorador. Boa Sorte.